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Divindades Femininas: Associadas à festa das Àyaba

FESTA DAS IYABÁS

DEZEMBRO, MÊS DAS YABÁS / OFERENDAS


        Todos os orixás femininos são chamados de yábas, pois o termo yába significa “senhora”, são elas: Oxum, Yemanjá, Nanã, Ewá, Oyá, Obá.

      Porém nessa festa homenageamos Oxum e Yemanjá, as demais yabás são homenageadas na festa da família a quem pertencem, por exemplo: Nanã no Olubajé, por fazer parte da família de Omolu, Oyá e Obá, ambas homenageadas na festa de Xangô por serem ligadas ao fogo, essa é uma dúvida frequente e para entendermos melhor, a Festa das Yabás é uma festividade ligada ao ciclo das águas, desde a pequena nascente representada por Logun, que também participa, passando pelos rios e cachoeiras de Oxum até desaguar na imensidão do oceano de Yemanjá.

 

Uma curiosidade é que todos os orixás que são festejados nesse dia, seus cultos na África vem da mesma região da Nigéria onde Logun (Ede), Oxum (Osogbo) e Yemanjá (Abeokutá), pode ser por isso que houve essa junção que ocorreu aqui no Brasil. Outro ponto que os une é a que são orixás de vaidade e a riqueza.

 

 

 

Nos terreiros de Umbanda e Candomblé,dezembro é o mês das yabás

Além do encerramento do ano, são prestadas homenagema 3 principais orixás femininos:

 

 Dia 04/12 :Yansã, senhora dos ventos e tempestades.

Dia 08/12:Oxum, senhora das aguas doces 

Dia 31/12: Yemanjá 

A elas e as demais Yabás são oferecida comidas, flores e frutas para homenagea-las. 

 

AS FRUTAS E AS YABÁS-  A FESTA DAS FRUTAS

 

A festa das frutas vem de uma permanência no Novo Mundo de rituais antigos que celebrava os ancestrais através do oferecimento dos primeiros frutos da terra.

A festa das primícias era uma espécie de agradecimento aos antepassados.

 Assim se acreditava que o consumo destas antes do dia 8 de dezembro “fazia mal.”

 

As civilizações africanas desde os primórdios realizaram festas para de sacralizarem os frutos da terra, ou melhor, para colocarem o presente dos ancestrais num nível que pudesse ser tocado pelos seres humanos, a partir da concepção de que tudo que sai da terra pertence a esta e é tão sagrada quanto a mesma.

 

 

Nas religiões de matriz africana, as frutas especialmente estão ligadas às Iyabás, pois como estas, são verdadeiros ventres que guardam as sementes.

Nos terreiros de candomblé de tradição jeje nagô estes princípios ancestrais ligados à terra, aos rios, às cachoeiras, às matas, ao mar, aos ventos, são representadas como mulheres guerreiras, caçadoras, comerciantes, médicas e artistas.

Afirma-se também que elas estão por toda a parte, no céu como a lua e as estrelas, no mar encantada em qualquer peixe, sobre a terra em todos os seres vivos e no ar, movimentando-se como o beija flor, a borboleta, as abelhas ou qualquer pássaro, um de seus símbolos por excelência.

 

De acordo com algumas histórias preservadas nas comunidades terreiros, estão sempre se transformando em pássaros.

 

O poder de transformar-se ou encantar-se é outra característica das Yiabás. Iyemanjá , a mãe dos orixás encanta-se como qualquer peixe.

Ela teria se transformado num rio a fim de vencer uma montanha que se colocou como obstáculo no seu caminho.

 

Oyá também se encanta ora num leopardo, ora num búfalo.

 

E como não lembrar de Oxun, a Iyabá que “vestiu de planta”?

 

E Ewá, a caçadora que tem o poder de ficar invisível.

 

Assim, as Iyabás estão presentes em toda a nossa vida.

Elas presidem todos os ritos de passagem, assim elas acompanham desde o nascimento à morte.

 

Até mesmo aquelas sobre as quais pouco se fala como a velha Opaoká, cultuada nas centenárias jaqueiras,

 

Agê Xalunga, a que preside o comércio,

 

Obá , guardiã de todas a mulheres e

 

Nanan, a mãe criadora e principio da transformação.

 

AS YABÁS E A TERRA

 

Não obstante estes elementos que apresentamos, o símbolo por excelência das Iyabás mesmo é a terra.

 

Ela é a grande mãe, a que nos sustenta, razão pela qual é saudada como Iyá mim, literalmente
minha mãe.

 

De acordo com a tradição ioruba, no principio do mundo, a terra, representada pela mulher foi a única antepassada que acompanhou os dois princípios ancestrais: Oxalá e Ogun.

 

Isso nos leva a crer que para estes grupos, as mulheres sempre desempenharam vital importância e sobre elas caíram a responsabilidade de como a terra sustentar o mundo.

 

Como no mito que conta que Nanan ampara o mundo.

É ela quem cuida, junta, ao mesmo tempo em que separa para que o dia não se encontre com a noite, os planetas não se choquem e assim por diante.

 

Acredita-se que a força da terra esteja presente em todos nós, mas de forma especial nas mulheres.

 

Talvez isso explique porque desde cedo as primeiras civilizações compuseram para as mulheres, cânticos, ou mesmo as chamaram de música, ou assim que puderam, as transformaram em objeto de adoração, ergueram para elas cultos, ou ainda estabeleceram relações entre estas mulheres e as frutas que como a terra guardam elementos geradores de vida.

 

 

 

AS YABÁS

 

Iabás, são todos os orixás femininos ligados à água, numa clara referência à concepção, à gestação, à vida!

 

MITOLOGIA DOS ORIXAS

Na mitologia dos orixás, que guarda o saber ancestral dos povos de origem iorubá trazido pelas religiões africanas, a mulher está representada pelas iabás, os orixás femininos.

 

Sua gênese e histórias estão contadas nos mitos que os escravos vindos da África para cá, transmitiram oralmente.

 

O saber das Iabás cria outras formas de organização da vida e do mundo.

 

As Iabás representam a feminilidade e, por conhecer a memória dos corpos, transmitem suas histórias, afetos e conflitos.

 

Elas guardam em seu ventre um poder que ninguém, senão elas mesmas, possuem. O segredo de todas as mulheres:

 

O poder de gerar e dar vida a outros seres.

 

Exercem também o poder da criação, conquista, multiplicação, luta e transformação.

 

 

O elemento água é comum a todas as iabás. O estado no qual ela se apresenta na natureza caracteriza o

temperamento de cada uma delas.

 

A água fertiliza a terra, a faz produtiva, penetra nas plantas e corre nas suas veias como sangue.

 

A água proporciona que as plantas deem seus frutos que alimentam o homem.

 

Transforma a terra seca em terra criativa e criadeira.

 

Não apenas lhe dá vida, mas preserva-a, uma vez que o homem foi gestado na água do ventre da mãe.

 

O sangue que corre em suas veias é composto de grande quantidade de água.