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OS RITUAIS DE SACRIFICIO NAS RELIGIÕES.

 

OS RITUAIS DE SACRIFICIO NAS RELIGIÕES.

Dentre os vários assuntos, temos os rituais que envolvem os sacrifícios animais praticados habitualmente em nossos Rituais.
Uma crescente corrente dentro de religiões neo-pagãs afirmam que o sacrifício consiste em um rito de crueldade com o animal, em minha opinião esse ponto (polemico) apresentado é hipócrita na maioria das vezes, onde a pessoa tenta afastar a imagem da morte do animal que consome a carne e outros produtos advindos da morte deste mesmo animal. Morte essa, ausente de respeito e sacralidade, como consiste à base do sacrifício.
Os Cristãos, Católicos e Protestantes, são os que mais repudiam o nosso sacrifício animal. Eles deveriam estudar mais o seu Antigo Testamento, em específico o "Levítico", onde os sacrifícios, não só de animais, são relatados.

O Livro "The Lion Handbook to the Bible", Lion Publishing – England Herts – 1973 de autoria de David e Pat Alexander, relata que o Levítico é o código das leis dadas por Deus a seu povo através de Moisés no Sinai. As cerimônias e outros ritos e normas não eram um fim em si mesmas. A oferta do sacrifício dia após dia, ano após ano, a recordação anual do dia da expiação recordavam constantemente a Israel o pecado que o separava da presença de Deus. Os israelitas infringiam a aliança com ele desobedecendo as suas leis e estavam condenados à morte. Mas Deus, na sua misericórdia, mostrou-lhes que haveria de aceitar um sucedâneo, a saber, a morte de um animal perfeito e inocente, em lugar da vida do pecador. Suas leis mostram que Deus age em harmonia com as leis naturais para o bem do povo, diz o livro.
Levítico 1-7 – Os Sacrifícios

Abaixo descrevo um compacto do livro:

Levítico 1

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecerá a sua oferta de gado, isto é, de gado vacum e de ovelha.

Se a sua oferta for holocausto de gado, oferecerá macho sem defeito; à porta da tenda da congregação a oferecerá, de sua própria vontade, perante o SENHOR.

E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação.

Depois degolará o bezerro perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação.

Então esfolará o holocausto, e o partirá nos seus pedaços.

Porém a sua fressura e as suas pernas lavar-se-ão com água; e o sacerdote tudo isso queimará sobre o altar; holocausto é, oferta queimada, de cheiro suave ao SENHOR.

E se a sua oferta for de gado miúdo, de ovelhas ou de cabras, para holocausto, oferecerá macho sem defeito.

E se a sua oferta ao SENHOR for holocausto de aves, oferecerá a sua oferta de rolas ou de pombinhos;

E o sacerdote a oferecerá sobre o altar, e tirar-lhe-á a cabeça, e a queimará sobre o altar; e o seu sangue será espremido na parede do altar;

E o seu papo com as suas penas tirará e o lançará junto ao altar, para o lado do oriente, no lugar da cinza;

E fendê-la-á junto às suas asas, porém não a partirá; e o sacerdote a queimará em cima do altar sobre a lenha que está no fogo; holocausto é, oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR.

 

Levítico 2

E quando alguma pessoa oferecer oferta de alimentos ao SENHOR, a sua oferta será de flor de farinha, e nela deitará azeite, e porá o incenso sobre ela;

E, quando ofereceres oferta de alimentos, cozida no forno, será de bolos ázimos de flor de farinha, amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite.

E, se a tua oferta for oferta de alimentos cozida na caçoula, será da flor de farinha sem fermento, amassada com azeite.

Em pedaços a partirás, e sobre ela deitarás azeite; oferta é de alimentos.

E, se a tua oferta for oferta de alimentos de frigideira, far-se-á da flor de farinha com azeite.

Então trarás a oferta de alimentos, que se fará daquilo, ao SENHOR; e se apresentará ao sacerdote, o qual a levará ao altar.

E, o que sobejar da oferta de alimentos, será de Arão e de seus filhos; coisa santíssima é, das ofertas queimadas ao SENHOR.

Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao SENHOR, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao SENHOR.

E todas as tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; e não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas oferecerás sal.

E, se fizeres ao SENHOR oferta de alimentos das primícias, oferecerás como oferta de alimentos das tuas primícias de espigas verdes, tostadas ao fogo; isto é, do grão trilhado de espigas verdes cheias.

 

Levítico 3

E se a sua oferta for sacrifício pacífico; se a oferecer de gado, macho ou fêmea, a oferecerá sem defeito diante do SENHOR.

E ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirará.

Se oferecer um cordeiro por sua oferta, oferecê-lo-á perante o SENHOR;

E porá a sua mão sobre a cabeça da sua oferta, e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Arão espargirão o seu sangue sobre o altar em redor.

Mas, se a sua oferta for uma cabra, perante o SENHOR a oferecerá,

E porá a sua mão sobre a sua cabeça, e a degolará diante da tenda da congregação; e os filhos de Arão espargirão o seu sangue sobre o altar em redor.

Como também ambos os rins, e a gordura que está sobre eles, e junto aos lombos, e o redenho que está sobre o fígado com os rins, tirá-los-á.

Estatuto perpétuo é pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações: nenhuma gordura nem sangue algum comereis.

 

Levítico 4

Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando uma alma pecar, por ignorância, contra alguns dos mandamentos do SENHOR, acerca do que não se deve fazer, e proceder contra algum deles;

Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao SENHOR, pelo seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado.

E o sacerdote molhará o seu dedo no sangue, e daquele sangue espargirá sete vezes perante o SENHOR diante do véu do santuário.

E os dois rins, e a gordura que está sobre eles, que está junto aos lombos, e o redenho de sobre o fígado, com os rins, tirá-los-á,

Mas o couro do novilho, e toda a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, e as suas entranhas, e o seu esterco,

E os anciãos da congregação porão as suas mãos sobre a cabeça do novilho perante o SENHOR; e degolar-se-á o novilho perante o SENHOR.

E fará a este novilho, como fez ao novilho da expiação; assim lhe fará, e o sacerdote por eles fará propiciação, e lhes será perdoado o pecado.

Ou se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará pela sua oferta um bode tirado das cabras, macho sem defeito;

E porá a sua mão sobre a cabeça do bode, e o degolará no lugar onde se degola o holocausto, perante a face do SENHOR; expiação do pecado é.

E, se qualquer pessoa do povo da terra pecar por ignorância, fazendo contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, e assim for culpada;

Ou se o pecado que cometeu lhe for notificado, então trará pela sua oferta uma cabra sem defeito, pelo seu pecado que cometeu,

Mas, se pela sua oferta trouxer uma cordeira para expiação do pecado, sem defeito trará.

E tirará toda a sua gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do SENHOR; assim o sacerdote por ele fará expiação dos seus pecados que cometeu, e ele será perdoado.

 

Levítico 5

E a sua expiação trará ao SENHOR, pelo seu pecado que cometeu: uma fêmea de gado miúdo, uma cordeira, ou uma cabrinha pelo pecado; assim o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado.

Mas, se em sua mão não houver recurso para gado miúdo, então trará, para expiação da culpa que cometeu, ao SENHOR, duas rolas ou dois pombinhos; um para expiação do pecado, e o outro para holocausto;

E os trará ao sacerdote, o qual primeiro oferecerá aquele que é para expiação do pecado; e com a sua unha lhe fenderá a cabeça junto ao pescoço, mas não o partirá;

E do outro fará holocausto conforme ao costume; assim o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado que cometeu, e ele será perdoado.

Porém, se em sua mão não houver recurso para duas rolas, ou dois pombinhos, então aquele que pecou trará como oferta a décima parte de um efa de flor de farinha, para expiação do pecado; não deitará sobre ela azeite nem lhe porá em cima o incenso, porquanto é expiação do pecado;

E a trará ao sacerdote, e o sacerdote dela tomará a sua mão cheia pelo seu memorial, e a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do SENHOR; expiação de pecado é.

Assim o sacerdote por ela fará expiação do seu pecado, que cometeu em alguma destas coisas, e lhe será perdoado; e o restante será do sacerdote, como a oferta de alimentos.

Quando alguma pessoa cometer uma transgressão, e pecar por ignorância nas coisas sagradas do SENHOR, então trará ao SENHOR pela expiação, um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua estimação em siclos de prata, segundo o siclo do santuário, para expiação da culpa.

Assim restituirá o que pecar nas coisas sagradas, e ainda lhe acrescentará a quinta parte, e a dará ao sacerdote; assim o sacerdote, com o carneiro da expiação, fará expiação por ele, e ser-lhe-á perdoado o pecado.

E trará ao sacerdote um carneiro sem defeito do rebanho, conforme à tua estimação, para expiação da culpa, e o sacerdote por ela fará expiação do erro que cometeu sem saber; e ser-lhe-á perdoado.

Expiação de culpa é; certamente se fez culpado diante do SENHOR.

 

Levítico 6

Tudo o que tocar a carne da oferta será santo; se o seu sangue for espargido sobre as vestes de alguém, lavarás em lugar santo aquilo sobre o que caiu.

E o vaso de barro em que for cozida será quebrado; porém, se for cozida num vaso de cobre, esfregar-se-á e lavar-se-á na água.

Todo o homem entre os sacerdotes a comerá; coisa santíssima é.

 

Levítico 7

Também o sacerdote, que oferecer o holocausto de alguém, terá para si o couro do holocausto que oferecer.

Como também toda a oferta que se cozer no forno, com tudo que se preparar na frigideira e na caçoula, será do sacerdote que a oferecer.

Também toda a oferta amassada com azeite, ou seca, será de todos os filhos de Arão, assim de um como de outro.

E esta é a lei do sacrifício pacífico que se oferecerá ao SENHOR:

Se o oferecer por oferta de ação de graças, com o sacrifício de ação de graças, oferecerá bolos ázimos amassados com azeite; e coscorões ázimos amassados com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, de flor de farinha.

Com os bolos oferecerá por sua oferta pão levedado, com o sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica.

E de toda a oferta oferecerá uma parte por oferta alçada ao SENHOR, que será do sacerdote que espargir o sangue da oferta pacífica.

Mas a carne do sacrifício de ação de graças da sua oferta pacífica se comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até à manhã.

E, se o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta voluntária, no dia em que oferecer o seu sacrifício se comerá; e o que dele ficar também se comerá no dia seguinte;

Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quem oferecer ao SENHOR o seu sacrifício pacífico, trará a sua oferta ao SENHOR do seu sacrifício pacífico.

Também a espádua direita dareis ao sacerdote por oferta alçada dos vossos sacrifícios pacíficos.

Aquele dos filhos de Arão que oferecer o sangue do sacrifício pacífico, e a gordura, esse terá a espádua direita para a sua porção;

Porque o peito movido e a espádua alçada tomei dos filhos de Israel dos seus sacrifícios pacíficos, e os dei a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, por estatuto perpétuo dos filhos de Israel.

Esta é a porção de Arão e a porção de seus filhos das ofertas queimadas do SENHOR, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao SENHOR.

Esta é a lei do holocausto, da oferta de alimentos, e da expiação do pecado, e da expiação da culpa, e da oferta das consagrações, e do sacrifício pacífico.


1 - O Holocausto (capítulo 1 e 6,1-6) único sacrifício em que se queima o animal todo, um sinal de consagração.

2 - Ofertas de cereais ou de farinhas (capítulo 2 e 6, 7-11) acompanhavam muitas vezes o holocausto e o sacrifício de comunhão (item 1 acima).
3 - O sacrifício da comunhão (capítulo 3 e 7, 11-36)
4 - O sacrifício do pecado (4,1-5,13 e 6, 17-23)
5 – O sacrifício da reparação (5,14-26 e 7, 1-10)

O Fiel trazia sua oferta (um animal sem defeito físico tirado da própria manada ou rebanho ou, no caso do povo pobre, rolas ou pombos) até o pátio diante do tabernáculo. Colocava a mão sobre ele para significar que o animal o representava e depois o imolava (sacrificava).

Se o sacrifício era público o Sacerdote era quem realizava essa operação. O Sacerdote tomava a bacia com o sangue e com ele espargia o altar, queimando a seguir algumas partes específicas do animal que continham determinadas porções de gordura. O que restava era consumido pelos Sacerdotes e suas famílias ou ainda pelo Sacerdote junto com os ofertantes.
Os sacrifícios exprimiam a gratidão do indivíduo pela bondade de Deus, ou eram simplesmente manifestações espontâneas de devoção e homenagem.
O sacrifício pelo pecado e o sacrifício da reparação (Levítico 4-5, 26) referem-se às transgressões contra a lei de Deus ou situação em que foi cometida uma falta contra o próximo, porém ambos demonstram a exigência de enfrentar o pecado pelo uso do sangue.
O Sacerdote como representante de Deus tinha a função de declarar se o fiel e sua oferta eram aceitos ou rejeitados por Deus.
A prática do sacrifício animal remonta ao início das relações entre Deus e os homens (Gênesis 4,4) e no Novo Testamento explica a morte de Jesus (Hebreus 9,11). O Levítico 17,11 diz que o sacrifício é algo dado por Deus ao Homem. A pessoa que leva a oferta apodera-se da vida do sangue animal sacrificado e pode doá-la a Deus, injetando nova vida nas suas relações com Deus.
Este é um pequeno espaço histórico, para a dignificação da Religião dos Orixás, tão agredida pelas Doutrinas Cristãs, principalmente pelas Protestantes. Então, cabe-nos o direito de mostrar quão hipócritas são aqueles que nos agridem e nos repudiam com bases em seus Livros Sagrados, que mostram largamente a pratica de ritos idênticos aos nossos e com a mesma simbologia.

Interpreto em conclusão:

“O Sacrifício (Oro)  é oferecido em nome de outro, mas o couro fica com o Sacerdote (ÀSE – ILÉ), a carne (eron) preparada pertence ao ÀSE e aos filhos (Omo Òrì kon) da casa de Arão (Sacerdote do ILÉ), e o sacrifício é pacifico”.

*** Qualquer similaridade será mesmo uma casualidade?

Fica explicito que o Sacerdote que o escreveu se apossou do nosso alicerce litúrgico, procedendo às devidas adaptações e criações a sua necessidade, inventando assim um novo segmento religioso.

Como não bastasse; os mesmos inventaram um novo calendário que prevalece ate hoje e assim, continuam tentando aniquilar da memória da humanidade o verdadeiro principio da essência do nosso Àse.

 

O sacrifício não é um rito flagelante ao animal, não é um rito que visa degradar ou mesmo profanar o animal, retirando o respeito, se analisarmos o contexto, é um rito que visa a comunhão com a divindade, de algo que normalmente utilizamos para nós.

Na morte do animal morremos e renascemos. Tal qual o touro sacrificado na iniciação órfica, onde o iniciado, agora banhado com o sangue de Dionisio (e ao mesmo tempo dele próprio) renascia. E ao comer da carne do animal abatido, comia de si mesmo, e das dadivas do Deus.

Por mais que muitos tentem retirar das religiões pagãs o sacrificio, em grande parte por não conseguirem lidar bem com a morte (mesmo quando consomem ela diariamente), ele é parte vital de diversos caminhos pagãos e neo-pagãos, que não é levada levianamente por seus praticantes, que ocorre sobre estrito conjunto de tabus religiosos, ritos de purificação do praticamente (para poder tocar no sagrado de forma plena), amparados pela experiencia passada de geração a geração, e a estrutura física, bem como respeito ao animal que doa a vida para o rito.

 

Rito esse, feito diariamente nas zonas rurais, por comunidades mais antigas, mesmo católicas, onde a morte do animal para a festividade/comemoração é algo solene, com significados íntimos para aquela familia que vai comer, com respeito ao mesmo, e com adição de cunho religioso paralelo a religião formal, tornando o rito algo sacro. 

A morte do animal que vai proporcionar vida, por meio desse rito, é contemplada por todos.

A Religião dos Orixás é extremamente tradicionalista e não muda sua liturgia com fins hipócritas, somente para agradar a visão leiga dos fiéis na tentativa de obter fins lucrativos. O que era feito há 8000 anos é mantido até hoje por nós, mas não com uma conotação diabólica como desejam nos impor usando uma mídia já desgastada. Hoje o Homem é culto, inteligente, e busca informar-se e encontra a verdade relativa ao nosso mundo religioso.
O Orixá nunca esteve envolto ao mundo da Magia Negra, ao baixo astral, ao Satanismo ou muito menos ligado a demônios somente porque realizamos em nossos ritos o sacrifício animal. Nós pregamos os ensinamentos dos Orixás que são puros em sua essência, não ficamos pregando mais os atos dos demônios do que a palavra de Deus tirada de livros sagrados de autoria duvidosa.
Nossa doutrina religiosa foi mantida pela boa vontade do homem fiel a Deus, mantendo todos os nossos conhecimentos na memória e transmitindo-os pela oralidade. Não temos livros sagrados adaptados a cada momento da história em decorrência das necessidades das instituições religiosas. Não expulsamos demônios em forma de "teatro" para enganar pobres coitados crédulos dizimistas que acreditam nas encenações de atores bem pagos para se contorcerem em público ou darem testemunhos suspeitos, sempre idênticos, sem provas. Não "amarramos" espíritos ruins em nome de Deus.
O que desejamos é somente poder expor que nossa Religião, a Religião dos Orixás, tem como objetivo (RELIGAR) o Homem a Deus através da manutenção de ritos tradicionalistas; através de uma hierarquia rígida mantida entre os seguidores e Iniciados; através da exigência de uma conduta honrada e moral dentro das verdadeiras Ègbé (Sociedades).
Desejamos mostrar com clareza que nossos verdadeiros Sacerdotes são homens sábios, estudiosos e perseverantes na sua religiosidade, tudo isso com base em uma filosofia mitológica milenar. Qualquer outra versão não tem sustentação real, tratando-se de invencionismo de muitos que pretendem impressionar ou lucrar em benefício próprio usando o nome dos Orixás Yorùbá.
Se fazemos sacrifícios é porque somos autorizados por Deus, conforme também era praticado em Israel. Além do mais, a energia pura do Orixá, absorve a essência espiritual do animal a ele imolado e a eleva espiritualmente, evoluindo-o rapidamente, o que deveria levar milhões de anos para evoluir na escala espiritual, sem contar que, a carne do animal é consumida durante as festas, proporcionando a energia da satisfação alimentar, que o Orixá absorve e transforma em realizações das necessidades materiais dos ofertantes. O sacrifício é necessário, tanto para a evolução espiritual do animal como da pessoa que o esta ofertando e para a alimentação dos participantes, pois ao se alimentar da carne do animal o esta honrando e recebendo seu axé (força).
Não podemos esquecer que nas mesquitas, anualmente, até os nossos dias, é sacrificado um cordeiro para Alláh. 
Èjè (sangue) é vida, todos nós aprendemos isso nos templos verdadeiramente consagrados aos Orixás. Tiradas as partes sagradas dos animais que são ofertadas às Divindades, o restante é consumido pelos ofertantes. Não há desperdício nos Ilé Orixá, em respeito à natureza, conforme nos determinam as Divindades.
Os animais ofertados não podem sofrer para serem imolados, conforme nos determina o Orixá Ogun Olóòbe, o Senhor da Faca. O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes são exigidas com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada.
Há uma liturgia a ser seguida à risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi(a água), otí (a bebida destilada), ataare (a pimenta) e o Obí são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta. Sem que nunca se esqueça de ofertar para Onílè (o globo terrestre) sua parte, pois é ele quem sustenta os nossos pés. Esta frase metafórica Yorùbá nos ensina que é a Mãe Natureza quem nos permite mais uma reencarnação no Àiyé (na Terra) e por isso devemos mostrar nossa gratidão a ela durante os ritos de oferendas.
Só pode ver maldade em uma ritualística dessa quem é mau, no mais profundo de sua essência intima, no próprio caráter ou pelo desconhecimento, acabando por julgar sem saber o que verdadeiramente está sendo realizado num ritual em nome de Deus. Pois graças a esse Deus (Olodùmarè), nós não fazemos apologia aos demônios, pois os desconhecemos na nossa cultora religiosa. Para a cultura Religiosa Yorùbá Deus não "permitiria que os Anjos Caíssem". Quem faz mal aos homens é o próprio Homem! Nós somos raízes da Energia Universal (Olòórum) e por isso mesmo temos o poder criador.
O diabo foi criado nada menos que pelos Cristãos, pela necessidade de justificar suas deficiências e erros e o mesmo (diabo) vem criando poderes através da energia emitida por determinados evangélicos modernos que o mentaliza e o supre energeticamente através da suas invocações e exorcismos diários. Nosso Deus jamais criaria o Demônio, pois o mesmo é a antítese de Deus, senão o mesmo não seria Onisciente, Onipotente e Onipresente!
A Religião dos Orixás não deseja ser melhor que as outras Religiões. Deseja somente ser respeitada, assim como sabe respeitar. Desejamos somente que as pessoas possam cumprir seu papel em mais uma passagem pela vida no Àiyé com auxílio dos ensinamentos deixados pelos Orixás.
Desejamos somente crescer nas experiências de viver. Desejamos poder aprender a conviver num mesmo espaço físico com os outros homens, porque o nosso espírito não tem para onde evoluir já que o Homem é um deus-finito. Evoluir o espírito do Homem seria tentar superar a Deus, pois o nosso espírito foi criado de Deus, portanto somos partículas divinas. Já fomos criados sendo deuses. Tudo o que necessitamos já recebemos de Deus no momento da Criação, só temos que aprender a usar o que nos foi dado por Ele.
Por Awo Ifaseun Oyekanmi Oyekale


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 3, DE 17 DE JANEIRO DE 2000.
(...)considerando a necessidade de padronizar os Métodos de Insensibilização para o Abate Humanitário estabelecer os requisitos mínimos para a proteção dos animais de açougue e aves domésticas, bem como os animais silvestres criados em cativeiro, antes e durante o abate, a fim de evitar a dor e o sofrimento, e o que consta do Processo nº 21000.003895/99-17, resolve:
(...)2.5. Contenção: é a aplicação de um determinado meio físico a um animal, ou de qualquer processo destinado a limitar os seus movimentos, para uma insensibilização eficaz;
(...)2.8. Abate: é a morte de um animal por sangria.

(...)11.3. É FACULTADO O SACRIFÍCIO DE ANIMAIS DE ACORDO COM PRECEITOS RELIGIOSOS, DESDE QUE SEJAM DESTINADOS AO CONSUMO POR COMUNIDADE RELIGIOSA QUE OS REQUEIRA ou ao comércio internacional com países que façam essa exigência, SEMPRE ATENDIDOS OS MÉTODOS DE CONTENÇÃO DOS ANIMAIS.

(...)ESTE TEXTO NÃO SUBSTITUI O PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DE 24/01/2000 – SEÇÃO 1 P. 14

http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Ministerio/concursos/em_andamento/instrucoes%20normativas/INT%20003%2017%2001%202000%20ABATE%20HUMANIT%25C1RIO%20ANIMAIS%20DE%20ACOUGUE.doc